Pandemia coloca mais dinheiro físico em circulação no país

O Brasil registrou uma alta histórica no volume de dinheiro em circulação no período de pandemia. Segundo levantamento do Banco Central (BC), publicado pelo portal Valor Investe, o numerário em espécie que circulava em fevereiro de 2020, R$ 280,7 bilhões, saltou para R$ 339 bilhões, em dezembro de 2021.   

Ao mesmo tempo que as condições sanitárias forjaram o crescimento das transações eletrônicas e favoreceram iniciativas como o lançamento do Pix em 2020 e a expansão das fintechs, a base monetária passou por um crescimento recorde no país de cerca de 21%.

O levantamento é do Banco Central (BC) que reconhece esta evolução como o maior aumento nominal da série histórica que registra a evolução da circulação do dinheiro no país.  

Como informou o jornal Folha de S.Paulo, para atender ao aumento da demanda por cédulas, a Casa da Moeda do Brasil (CMB) imprimiu 33% a mais neste período de pandemia e lançou a cédula de R$ 200 ilustrada com o lobo guará, em agosto de 2021.

O fenômeno da demanda pelo papel moeda foi consequência do pagamento do auxílio emergencial que atendeu principalmente a população desbancarizada. Esse avanço reforça que as soluções digitais nem sempre conseguem atender as desigualdades de um país com dimensões continentais como o Brasil.

Outro comportamento do brasileiro que influenciou o aumento da circulação do dinheiro foi a prática do entesouramento. A sensação de insegurança provocada pela pandemia, as taxas de juros baixas que caíram a 2% e a memória da hiperinflação levaram as pessoas a optar por guardar seus recursos em casa.

Levantamento do BC mostra que cerca de 35% do dinheiro disponível na economia fica no bolso ou na casa do brasileiro para uso no exato momento em que precisar.  

Essa expansão do papel moeda reforça que, apesar da digitalização do setor financeiro, o dinheiro em espécie continuará sendo um importante meio de pagamento para as transações realizadas no país, a exemplo do que acontece também nos países desenvolvidos, onde essa cultura ainda se manifesta de forma relevante.

Algumas novidades já anunciadas como a operação de saque no varejo, a expansão de caixas eletrônicos para atender fintechs e bancos digitais, assim como o papel de inclusão social do dinheiro e a cultura do brasileiro são evidências de como o dinheiro vivo é um meio de pagamento estratégico e relevante para o sistema financeiro do país. 

Crédito da imagem: José Cruz/Agência Brasil

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